Vale ou não logar para Clair Obscur Expedition 33?
- Vai Logar Hoje?

- 14 de jun.
- 6 min de leitura
Atualizado: 19 de jun.
14/06/2025 por Erick Fagundes
COE33 me ganhou no trailer.
Antes de falar do jogo e da minha experiência jogando, preciso falar sobre as minhas primeiras impressões com COE33.
Através de um trailer na Xbox Showcase do ano passado, a Sandfall nos apresentou o seu novo projeto. Tratava-se de um RPG de turno, porém com muita influência na ação. Na época, eu não dei bola e nem a devida atenção, um erro enorme, até que um dos ouvintes do Vai Logar Hoje, o Vitor Hamdan, a quem eu agradeço muito, me perguntou: "Vocês não vão falar do COE33?"
Após isso, eu fui atrás de saber mais do jogo e, desde então, o meu hype foi nas alturas. Tudo o que eu via do jogo me agradava, e a expectativa só aumentava. A cada novo trailer que a Sandfall postava, eu só tinha mais a certeza de que esse seria um jogo maravilhoso e que iria agradar muito os fãs do saudoso RPG de turno.
Enfim, no dia 24 de abril, Clair Obscur foi lançado. E será que ele atendeu a todas as nossas expectativas? Spoiler: SIM!
E explico o porquê nesse primeiro "Vale ou não Logar" do nosso site.

O futuro do RPG de Turno
Falar sobre termos técnicos não é e nunca foi o foco do nosso podcast, e aqui não será diferente. Então, vamos ao que realmente interessa: a minha experiência jogando.
COE33 é um jogo de RPG de turno com ação, ou seja, não é somente escolher o que você quer fazer no seu turno e assistir ao jogo fazer tudo sozinho.
Cada escolha vem seguida de um QTE (Quick Time Event), em que apertar o botão na hora certa irá definir a qualidade da opção escolhida. O sistema de combate é muito parecido com o sistema de Yakuza: Like a Dragon, para quem já é familiarizado com o título. Para mim, o ponto alto é a variedade de ações que podemos tomar no nosso turno e a sinergia entre elas.
Nós podemos, com um personagem, buffar a ação do próximo ou então nos preparar para que, na próxima vez que o personagem for usado, ele já esteja com um poder específico que é interessante para a batalha em questão.
Como todo bom RPG, temos sistema de level up, skills ativas e passivas e também algo que, para mim, traz bastante variedade à gameplay: o sistema de luminas e pictos. São itens passivos que equipamos nos membros da nossa expedição e que fazem toda a diferença nos combates. Inicialmente, eles parecem difíceis de entender, mas, quando dominamos a sua utilização, temos em mãos mais um leque de opções para montarmos uma build forte e do nosso agrado.
Apesar de trazer semelhanças com outros RPGs que misturam turno com ação, COE33 nos apresenta uma mecânica inovadora: o sistema de parry. Assim como o nosso turno depende de ações, o dos inimigos também. Todo golpe pode ser esquivado se apertarmos o botão de esquiva na hora certa e, a depender da nossa build, isso pode nos dar vantagens no nosso turno. Além disso, todo golpe dos inimigos pode ser aparado (parry), e isso também nos dá vantagens, não só no nosso turno. Caso acertemos os parrys na hora certa e consigamos defletir todos os golpes tomados, ativamos um contra-ataque poderoso que, muitas vezes, pode até derrotar o inimigo naquele momento. Essa combinação de parry, esquiva e ação faz a gameplay de COE33 brilhar muito e nos deixa com a sensação boa de querer mais e mais batalhas para ver os golpes e as ações que podemos tomar.
Para os amantes de RPG de turno, ele é perfeito. E, para aqueles que querem conhecer esse gênero ou que torcem o nariz para ele, é uma ótima porta de entrada e um dos jogos mais convidativos nesse quesito.

Um jogo de muitas sensações.
Antes de falar da história, eu quero falar sobre o audiovisual. Clair Obscur é uma experiência sensorial, e é isso que eu sinto toda vez que jogo. Eu tenho achado tudo lindo nesse jogo, desde os mapas (que mudam completamente sua ambientação entre eles) até o design dos inimigos.
E por falar em inimigos, eu destaco a variedade entre eles. Cada um possui características distintas, golpes únicos e alguns até possuem música própria, que é o caso dos mímicos do jogo, um inimigo que faz parte da exploração (derrotá-los libera itens cosméticos para a expedição). E por falar em música, eu gostaria de parafrasear meu colega de podcast, Marko Barbosa, e dizer que a música em COE33 é um dos personagens. Ouso dizer que pode ser considerada até personagem principal. A sua trilha vai desde músicas clássicas, que fazem a gente se sentir em uma orquestra, até músicas mais agitadas e dançantes, que realmente nos dão vontade de dançar enquanto escolhemos se vamos curar, usar magia ou pular o turno.
O maior destaque de toda a ambientação é um elemento que mistura todos esses pontos positivos que falei (design de inimigos, variedade, música e combate): as boss battles. Entrar em uma batalha de chefe em COE33 é embarcar em um momento épico. Todos esses encontros nos passam a sensação de estar jogando algo magnífico e deslumbrante e que, apesar de toda a sua beleza, não se prende a apenas ser uma batalha bonita e entrega um belo desafio para superarmos.
É impossível jogar COE33 e não sair apaixonado pelas músicas e sem ficar pensando em cada desenrolar dessas batalhas grandiosas.

Bem-vindos à Expedição 33
O jogo se passa na cidade de Lumiere, uma cidade que sofre devido a uma “maldição”.
Todo ano a população se reúne no porto para ver bem longe no horizonte uma figura ou entidade, conhecida como Artificie, pintar um número no céu.
Todas as pessoas com idade acima desse número morrerão, e esse fenômeno é conhecido como Gommage.
Nosso papel nesse início de jogo é, no controle da Expedição 33, embarcar rumo à ilha próxima a Lumiere para tentar chegar até a Artificie e derrotá-la para encerrar o ciclo do Gommage.
A história é daquelas que não te entrega tudo de mão beijada, e o que entrega não explica muita coisa. Aliás, não só não explica como também deixa dúvidas, e isso, para mim, foi o ponto alto. A cada cena nova, a cada desdobramento da história, mais eu queria saber dela e menos eu queria que ela chegasse ao seu fim.
Terminava de jogar com mil teorias na cabeça: "é viagem no tempo", "não, acho que é multiverso", e isso é o que me faz sempre dizer que um jogo é bom: eu ficar pensando nele depois de desligar o videogame.
Não darei spoilers da história porque a explicação dela e os acontecimentos que nos levam até o fim do jogo devem ser vivenciados pela primeira vez por quem está jogando, sem contar os plots maravilhosos.
Posso apenas afirmar que o enredo e a narrativa de Clair Obscur são muito bem feitos e envolventes. Estou escrevendo essa parte dessa review um dia após ter finalizado o jogo e ter sua história concluída. E digo que a história não se prende somente àquela questão inicial da Expedição (o que já estaria ótimo). No decorrer de cada ato, novos caminhos vão se formando, novas questões e objetivos surgindo, e a minha vontade de saber mais desse universo só aumentou. No fim, o que posso dizer, fazendo uma brincadeira com o nome do jogo, é que é uma história que pode ser entendida por mais de um ponto de vista. Nem tudo é preto no branco, claro ou escuro. Ter feito parte da Expedição 33 com certeza acrescentou muito à minha experiência gamer.

Logar para Clair Obscur é obrigatório!
5 logadas de avaliação para esse jogo maravilhoso, épico, desafiador e inovador. Clair Obscur é obrigatório para os amantes de RPG. Todos que jogarem têm também a missão de passar a palavra adiante e convencer mais pessoas a conhecer ou a se aventurar pela primeira vez nesse gênero. Eu acredito que esse será um game que trará novos fãs para a bolha de entusiastas do RPG de turno. Deixo aqui minha eterna gratidão, primeiramente, à amiga e também ouvinte Juliana Bolzan, que me presenteou com esse jogo e me chamou para entrar nessa expedição. E encerro dizendo que Clair Obscur é mais um jogo que me deu a certeza de que escolhi o hobby certo para seguir.

For those who come after, right?




Consegui um tempinho pra comentar!!
Erick fez uma boa review do Expedition. Eu achei o ponto mais forte do texto a sinceridade e a empolgação pra falar sobre o jogo, já que não é pra ser técnico e nem se aprofundar em super detalhes, foi muito legal a forma como soube aproveitar os aspectos pessoais. Agora sobre o jogo mesmo talvez eu tenha algo pra dizer em Julho 👀
Att, Athena Wofel
Espero que esse jogo ganhe muitos prêmios, pois merece demais. Fiquei semanas só pensando nele e vendo vídeos de análise. Incrível em tudo.
Eu ainda estou jogando, e na verdade esse é meu primeiro jogo de turno. Ja estava empolgada para jogar, essa Review me deixou mais ainda!
Olha nunca consegui sentir emoção em jogos de turno, sou mais dos ARPG, e jogos com temática RPG, mas depois do que acabei de ler vou sim logar para COE33 e como vc destacou o áudio do game que pra mim é 50% de um jogo vou escolher aqui um fone bem musical ouvir desfrutar do game...
Excelente review de estreia no site VLH! Se antes eu estava louco pra testar esse jogo, agora é topo da lista de prioridade do meu backlog!! Mas antes temos que entregar umas encomendas em Death Stranding 2! Valeeeu Erick